Brasília, 18 de abril de 2022 – Faltando poucas semanas para terminar o prazo para tirar o título de eleitor, uma enquete do UNICEF e da organização da sociedade civil Viração Educomunicação revela que a maioria dos adolescentes participantes quer exercer o direito ao voto em 2022. Nove em cada dez afirmam que o voto tem poder para transformar a realidade. Além disso, 64% afirmam que vão votar este ano; 21% ainda não sabem se vão votar ou não; e 15% disseram que não vão votar. Mais de 3 mil adolescentes de 15 a 17 anos de todas as regiões do país participaram da consulta.
"Participar das decisões que impactam sua vida é um direito de crianças e adolescentes. Para meninas e meninos de 16 e 17 anos, o voto é facultativo, mas é um importante instrumento para adolescentes exercerem sua cidadania", defende Mário Volpi, chefe do programa de Cidadania de Adolescentes do UNICEF no Brasil.
Entre os que disseram que “não vão votar neste ano”, apenas 10% afirmam que, de fato, não querem votar. Outros 17% disseram que não conseguirão tirar o título de eleitor a tempo e 69% afirmaram não ter idade suficiente. Entre quem disse não ter idade suficiente, havia adolescentes de 15 anos que não completarão 16 anos até outubro e não podem votar, mas também alguns de 15, 16 e 17 anos que poderiam votar, mas não tinham essa informação.
Fica claro, por meio da enquete, que adolescentes querem saber mais sobre como exercer o direito ao voto. Entre os respondentes que “não sabem se vão votar ou não”, 72% disseram que o principal motivo é não ter conseguido tirar o título de eleitor ainda. Entre todos os participantes, 64% disseram querer receber informações sobre como tirar o título de eleitor online.
"Democracia se faz com participação da sociedade civil. Em diversos países de todo o mundo, os jovens têm desempenhado um papel fundamental nas eleições e na construção de novos sonhos para o futuro do planeta. Quatrocentos e quarenta mil jovens tiraram o título de eleitor no último mês no Brasil, mas falta muita gente! Nosso convite é para que tirem o título e ajudem a construir espaços de formulação de propostas para as eleições que ocorrerão em 2022 no País", defende Simone Nascimento, presidente da Viração Educomunicação.
"Essa enquete mostra que os adolescentes querem ser ouvidos, contribuir e exercer seu direito à participação. Neste momento, é importante que eles tenham informações sobre como tirar o título e, assim, possam estar aptos a votar em outubro", complementa Mário Volpi.
Quando perguntados sobre o que pensam a respeito de outros adolescentes e jovens que não tiraram o título, os participantes colocam algumas hipóteses. Para 25% dos adolescentes que participaram da consulta pública, o desinteresse pela política institucional é o principal motivo pelo qual tantos jovens ainda não tiraram o título de eleitor. Para 20%, o principal motivo é o pouco conhecimento sobre política e outros 20% acreditam que é por não considerarem que votar seja algo importante. Além disso, 15% acreditam que a baixa porcentagem de adolescentes aptos a votar se deve ao fato de não se sentirem representados pelos possíveis candidatos e candidatas, 13% por não saberem que podem votar e como tirar título e outros 7% alegaram outros motivos.
Em fevereiro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou a menor porcentagem de adolescentes de 16 e 17 anos com título de eleitor desde a conquista do direito ao voto para essa faixa etária na Constituição de 1988. De acordo com o órgão, pouco mais de 13% estavam aptos para votar nas eleições de 2022 naquele momento. Desde então, campanhas de conscientização têm sido realizadas e os números vêm aumentando. Segundo o TSE, o número de novos títulos de adolescentes de 15 a 17 anos passou de 199.667 em fevereiro para a marca de 290.783 em março, crescimento superior a 45%.
Sobre a enquete
As enquetes do U-Report Brasil são realizadas virtualmente pelo WhatsApp, Telegram e Facebook Messenger, por meio de um chatbot. O projeto é desenvolvido pelo UNICEF em parceria com a Viração Educomunicação e conta com mais de 140 mil adolescentes e jovens inscritos. Não se trata de pesquisas com rigor metodológico, mas de consultas rápidas por meio de redes sociais entre pessoas, principalmente adolescentes e jovens, que se cadastram na plataforma. Esta enquete apresenta a opinião de mais de 3,1 mil adolescentes de 15 a 17 anos e não pode ser generalizada para a população brasileira como um todo.