Desde que a pandemia de Covid-19 foi declarada em 11 de março de 2020, fornecer informações para a proteção das vidas contra a doença tornou-se fundamental. O projeto U-Report Brasil, iniciativa global do UNICEF implementada pela Viração Educomunicação, desenvolveu uma série de ações para entender as realidades e demandas de adolescentes e jovens neste contexto através da realização de enquetes ao longo do ano de 2020 e do início de 2021, além de promover conteúdos informativos sobre os mais diversos assuntos que atravessam a situação pandêmica.
O projeto tem como objetivo envolver e mobilizar adolescentes e jovens na discussão de assuntos que impactam as suas vidas e, para isso, desenvolve suas ações através do Iure, um robô programado para interagir através das redes sociais (Facebook e Whatsapp). Atualmente, o programa é implementado em mais de 70 países e conta com mais de 13 milhões de usuários registrados na plataforma ao redor do mundo. No Brasil, são mais de 84 mil inscritos.
Neste mês, o projeto lança uma central de informações sobre as vacinas contra a Covid-19 que visa sensibilizar adolescentes e jovens para a importância da vacinação, aumentar a confiança na ciência, educar para identificar rumores e incentivar o combate a notícias falsas.
A desinformação sobre as vacinas
Em um questionário realizado no mês de fevereiro pelo projeto, 79% das pessoas que participaram afirmam que se vacinarão contra a Covid-19 quando as vacinas estiverem disponíveis para si. Entre os indecisos (14%) e quem afirma que não pretende se imunizar (7%), 34% acreditam que as vacinas não são seguras, 30% dizem não saber o suficiente sobre elas e 10% ouviram boatos negativos sobre as mesmas. O estudo contou com 1.392 participantes de todas as faixas etárias, com destaque para jovens de 15 a 24 anos (88% do total).
As pessoas que disseram ter escutado boatos sobre as vacinas tiveram espaço para compartilhar quais foram. Em síntese, se destacaram: outras doenças e mortes causadas pelas vacinas, a teoria da conspiração que diz que as vacinas foram produzidas para reduzir a população mundial, possíveis efeitos colaterais que apareceriam daqui a alguns anos, não comprovação científica da eficácia, as vacinas serem responsáveis por mais mortes que o próprio vírus, possibilidade das vacinas alterarem o DNA e, por fim, até mesmo transformar seres humanos em jacarés. A maioria dos/as/es participantes que ouviram boatos ruins sobre a vacina (48%) afirmam que tiveram contato com essas (des)informações através das redes sociais; 22% afirmam que ouviram de pessoas próximas, 17% na mídia, 4% em conversas entre pessoas da região em que vivem e 9% em outro lugar.
Esses dados mostram a relevância da construção de um canal de fácil acesso a informações confiáveis sobre as vacinas, visto que muitos desses boatos podem influenciar um número significativo de pessoas a não se vacinar. Mesmo que adolescentes e jovens não estejam nos grupos prioritários para a vacinação contra a covid-19, sua atuação na campanha de vacinação importa desde já, pois carregam a potência de influenciar as pessoas próximas de si com informações seguras. Quebrar a circulação de informações falsas e sensibilizar para a importância da vacinação são duas ações que a juventude tem poder significativo para realizar e trazer benefícios à sociedade como um todo.
A central de informações sobre as vacinas
O conteúdo da central apresenta informações sobre desenvolvimento, segurança e acesso às vacinas, orientações para se proteger da Covid-19, dicas para desmascarar informações falsas e um espaço para reportar boatos e informações falsas sobre as vacinas para o UNICEF. O conteúdo da central será atualizado semanalmente.
A navegação pela central de informações acontece através de um menu. Os usuários iniciam a comunicação com o robô enviando a palavra-chave VacinasINFO para o WhatsApp ou página do Facebook do projeto. Então, Iure (o robô) responde com informações sobre vários tópicos relacionados às vacinas.